Acertando um monstro no flop

Por Richard Brodie

Quando eu comecei a jogar pôquer, eu ficava muito entusiasmado quando eu flopava uma grande mão que eu esquecia minha principal meta: vencer a maior quantia de fichas quanto fosse possível. Eu pensava muito sobre o que meu adversário tinha e se eu poderia vencê-lo. Mas quando eu tinha uma grande mão, eu só queria colocar todas minhas fichas no meio.

Grande erro.

Grandes mãos podem significar grandes potes. Mas, com uma grande mão, é ainda mais importante traçar uma estratégia e descobrir o quão forte seu adversário é. Se você acha que ele é fraco, você pode pegar leve na mão, talvez fazê-lo chamar a aposta pensando que você está blefando ou, melhor ainda, induzi-lo a blefar. Se você acha que ele é forte, você pode deixá-lo apostar sua mão por você, aumentando no turn ou river para tirar o valor máximo.

Em 2003 no Borgata Poker Open, eu mixei meu jogo com um pequeno aumento do UTG com dez e nove de ouros. Eu recebi dois chamados, incluindo Bobby Thompson no small blind. O flop veio oito-sete-seis, me dando o nuts. Bobby saiu apostando o valor do pote e ambos chamamos aposta. O turn foi um As e ele apostou de novo. Eu ainda tinha o nuts e, com minha inexperiência, não pensei o suficiente sobre o que meus adversários poderiam ter. Ao invés disso, eu fiquei entusiasmado e chamei a aposta de novo, esperando ser chamado pelo terceiro jogador.

Se eu tivesse pensado nisso, eu teria colocado Bobby pelo menos dois pares e o terceiro jogador numa queda com algo como valete-dez. Eu deveria ter apostado todas as fichas naquele ponto, aumentando os valores e fazer com que Bobby tivesse de chamar a aposta.

Ao invés disso, eu apenas chamei e o terceiro jogador desistiu. Quando um segundo As veio no river e Bobby apostou o resto das fichas, eu tomei uma decisão muito dura e terminei colocando minhas fichas perdendo e ele mostrou seu par de seis na mão lhe dando o full house.

Se eu tivesse colocado meu dinheiro no turn, o resultado seria outro. Colocando Bobby na dura decisão do all-in, eu poderia tê-lo feito desistir e vencido a mão ali mesmo.

No ano seguinte no mesmo evento, eu tinha o agressivo Jimmy-Jimmy Cha a minha direita. Ele fez a aposta na última posição e eu re-aumentei com par de dez. Ele chamou a aposta e nós estávamos em heads-up.
O flop veio com um dez com duas de espadas, mais uma vez me dando o nuts. Dessa vez, então, eu pensei sobre o que ele pudesse ter. Noves, valetes e damas eram definitivamente possibilidades. Se não, ele poderia facilmente ter cartas altas. Jimmy pediu mesa – não uma jogada usual dado que ele tinha saído apostando antes do flop. Eu decidi porque ele era muito agressivo, eu iria em frente e apostaria a mão ao invés aplicar o slowplay. Com certeza suficiente, ele me aplicou um check-raise all in e então eu paguei a aposta. Essa vez eu coloquei todas minhas fichas da maneira certa, com todas minhas fichas em um 3-1 favorito contra o flush-draw dele.

Então há sempre uma chance de você perder mesmo que você tenha uma grande mão. Em um torneio televisionado no Plaza, eu aumentei a aposta com par de dez e fui chamado pelo big bling. O flop veio dama-dama-dez, me dando um full house. Mas meu adversário pediu mesa e pagou minha aposta no flop com um ato de Hollywood e eu coloquei ele pelo menos numa dama. Um rei veio no turn e ele aplicou o check-raise. Eu poderia vencer um as-dama ou dama-valete mas não um rei-dama ou dama-dez, então eu fui devagar e apenas paguei a aposta. Quando ele fez uma pequena aposta no river eu só paguei, suspeitando que eu estivesse derrotado e ele mostrou dama-dez para um full house maior.

Eu flopei um monstro e estava draw dead! Analisando a jogada dele e tendo uma leitura, eu salvei fichas valiosas e fui pra mesa final.

Então não deixe o entusiasmo de acertar um monstro no flop fazer você esquecer-se de colocar seu adversário em uma mão. Muitas fichas são apostadas durante essa mão e você com certeza quer colocá-las no seu stack.