Aprendendo A Jogar Omaha Hi: Mãos Inciais

Por Renzo Margotto

Vamos dar continuidade à nossa série “Aprendendo A Jogar”. Nas últimas edições, conhecemos as regras de jogos como Omaha, Omaha hi-lo, Stud e Stud hi-lo. A partir de agora vamos falar um pouco sobre as melhores mãos para jogarmos os potes nessas modalidades que já foram abordadas. E vamos começar com Omaha Hi… Vamos trazer seleções de mãos inicias encontradas nos melhores livros disponíveis no mercado, como o Super System de Doyle Brunson e outros livros de autores do nível de Tom McEvoy, TJ Cloutier, Ray Zee, David Sklansky e Mason Malmuth entre outros.

Como dissemos no artigo anterior, a grande sacada do Omaha é que, na verdade, jogamos seis mãos de hold’em, mas não devemos jogar como se estivéssemos jogando hold’em. Diferentemente do hold’em, o ato de se colocar o oponente num range inicial de mãos é bem mais difícil, já que os potes são jogados por muitos oponentes e a exigência de entrada passa a ser meio aleatória já que a grande maioria dos oponentes não sabe exatamente o que está fazendo. E isso em qualquer tipo de valor…

Mas vamos lá… Começaremos com o Super System 2 de Doyle Brunson. Lá, quem escreve o capítulo de Omaha hi é Lyle Berman, conhecido jogador da antiga escola. Infelizmente Lyle não se alonga muito no quesito de mãos iniciais, até mesmo porque ele é da escola antiga, que acha muitas mãos jogáveis. Logo, ele se apega apenas áquelas que são mais fortes, como A-A-J-10 e A-A-K-K double suited, que são mãos que você pode passar uma vida inteira jogando Omaha e não ver. A boa dica dele são as mãos com três cartas conectadas e um ás suited, como por exemplo As-8c-7d-6s.

A outra obra que trazemos para vocês nessa modalidade é Championship Omaha de TJ Cloutier e Tom McEvoy. O livro fala sobre Omaha e Omaha 8 e na seção de mãos inicias apresenta algo mais do que os tradicionais A-A-K-K e A-A-J-10 double suited… A próxima força no Omaha seriam quaisquer quatro cartas conectadas, tipo K-Q-J-10 ou 4-5-6-7, por exemplo. Após, temos quaisquer mãos que incluam um AA e quaisquer mãos que incluam um KK. E ficamos por aqui…

É claro que dentro dessa categoria de mãos, existem mãos melhores e mãos piores. Você pode, por exemplo, ter quatro cartas conectadas sem nenhuma possibilidade de flush e quatro cartas conectadas com duas possibilidades de flush. Obviamente uma mão é muito melhor do que a outra, mas ambas são muito boas.

Como jogar essas mão é tarefa para próximos artigos, mas lembrem-se que Omaha é um jogo de flop. Essa é uma enorme diferença dele para o Hold’em, que só se torna claramente um jogo de flop quando todos na mesa estão deep stacked.

Gostaria de lembrar do cuidado de se jogar mãos com o dangler. O que é o dangler? O dangler é a famosa baranga do Gerson, ou seja, aquela carta única que destoa das demais. Num jogo J-Q-K-3, o 3 é o chamado dangler. Nós aparentemente temos um jogo bom porque vemos três boas cartas conectadas, mas na verdade esse danglerzinho safado elimina metade das nossas possibilidades porque vai nos fazer jogar três mãos mortas que são, J-3, Q-3 e K-3.

Por fim, temos ainda as mãos com dois pares. Essas mãos nos deixam com 25% de chance de floparmos uma trinca, mão muito boa quando estamos em Heads Up, mas muito perigosa quando estamos num pote com muitas pessoas. Lembrem-se que, assim como no hold’em, quanto mais perto do botão, menor é a exigência de força da mão para jogarmos.

Nas próximas edições estaremos vendo como jogar Omaha hi-lo e outras modalidades. Até a próxima!