Lições Aprendidas na WSOP

Por Jay Greenspan

Há anos atrás eu tive a felicidade de ser escalado para cobrir a Série Mundial de Pôquer. Durante seis semanas eu aprendi muito sobre pôquer assistindo os jogadores de primeira classe nos torneios da série. A seguir eu listarei para vocês as três principais lições que assimilei assistindo os profissionais do Poker nesses dias de jogo.

Nunca tome uma grande decisão apressadamente

Até mesmo entre os top players do pôquer profissional, há uma tendência em agir imprudentemente e tomar decisões rápidas, tipo “All in!” ou “eu pago!”, sem ter levado tempo suficiente para considerar a situação cuidadosamente. Claro que um jogador não deveria demorar quando estiver segurando o melhor jogo. Mas eu fui pego de surpresa com freqüencia vendo alguns profissionais raciocinando e gastando tempo em cima de situações que pareciam ter só uma ação clara.

Um dos melhores exemplos disto aconteceu na mão final do primeiro evento do WSOP. Allen Cunningham estava heads-up contra Scott Fischman. Fischman apostou o flop T-6-3 e Cunningham aumentou. Fischman pagou e pediu mesa quando um 4 apareceu no turn. Cunningham fez uma aposta agressiva, mas Fischman então rapidamente voltou all-in. Cunningham parou e pensou. Ele tinha dois pares, 3s e 6s – uma mão que normalmente pagaria logo. Mas ele não apressou a decisão. Depois de alguns minutos de pensamento, deu o call. Quando Fischman mostrou 4-5, estava claro que Cunningham tinha feito a escolha certa. O river, um ás, deu para Cunningham o pote e o bracelete.

Eu fiquei impressionado com o fato de que, depois de 13 horas e 300 mãos de jogo, Cunningham não pôs a fé dele em uma mão grande. Ele levou o tempo para parar e revisar as condições. Este tipo de eficácia faz com que os profissionais cometam menos erros grandes e caros.

Nunca fale durante jogo

Num dos primeiros eventos da WSOP, Mike Matusow estava jogando muito agressivamente. Ele estava com uma pilha enorme de fichas e usava isto para tiranizar a mesa. Em uma das mãos, ele aumentou do botão e seu oponente voltou “all-in”.

Mike tinha gastado a maior parte do dia dando conversa para cima da mesa. Ele virou ao homem e perguntou, “Você tem uma boa mão?”

O homem respondeu, “A melhor que eu vi em horas.”

“Melhor mão em horas”, Matusow resmungou… “Isso significa que você não tem áses. Eu só tenho rei-cinco, mas eu penso que eu tenho que pagar.”

E Matusow tinha razão absoluta. O big blind tinha par de 10 e, dado o tamanho do pote, Matusow raciocinou corretamente que com uma overcard ele estaria adquirindo o preço certo para pagar a aposta.

Por uma declaração aparentemente vaga e inócua o big blind tinha dado para Matusow a informação vital que ele precisou usar para tomar a melhor decisão possível.

A lição aqui é que, ao jogar, mantenha sua boca fechada e não faça nenhum favor aos seus oponentes.

Aposte sua mão

Os grandes jogadores – Phil Ivey, Erik Seidel, Chris Ferguson e outros – normalmente exageram no lado da agressão. Quer dizer, eles às vezes se acham apostando com mãos que não são favoritas para ganhar. Mas, em minha cobertura da WSOP *, eu não consigo me lembrar de um só momento em que um top player tenha deixado de fazer uma aposta numa situação vital.

Em contrapartida, vi muitos jogadores novatos no WSOP deste ano esperando para fazer slowplay e check-raise. Eles estavam tentando enganar seus oponentes, mas freqüentemente a tentativa de armadilha era desastrosa, dando freecards decisivas para seus oponentes, que conseguiam draws de graça ao invés de pagar o preço correto por eles.

Os melhores jogadores são agressivos e, mantendo a agressividade, é menos provável que você cometa erros que poderiam te custar fichas extras.

Todos nós ouvimos o ditado de que pôquer é um jogo de habilidade e não de sorte. E assistir os top players, ao vivo ou na televisão, só comprova a verdade desse ditado. Veja-os em ação nas mesa de pôquer e ficará claro depressa por que os mesmos jogadores terminam constantemente no dinheiro. Siga os exemplos deles acompanhando seu jogo e apanhe boas dicas para melhorar o seu pôquer.