Mitos no Omaha – Parte 1 de 4

Esses artigos para a introdução na estratégia de Pôquer sobre Omaha é necessário porque há algo sobre Omaha HiLo que parece levar a real natureza do jogo que se esconde sob um manto de fantasias. Novos mitos surgem todos os dias. Isso é surpreendente uma vez que Omaha é um jogo bastante direto. De fato, o primeiro mito a ser desfeito sobre Omaha é:

Mito: “Omaha é um jogo complicado”.

Obviamente todos os jogos de pôquer têm níveis de complexidade, mas o contraste entre Omaha e seu primo mais próximo, o Texas Hold´Em, revela que o Omaha é bem mais simples.

No Texas muitas decisões são incertas, aleatórias, e a complexidade surge devido a um simples fato – em muitas mãos, os jogadores envolvidos não têm praticamente nada. Supondo que um jogador com AcTs aumente antes do flop do cut-off, um jogador paga com QhJh no botão e um jogador com 7d6d paga no big blind. Supondo que o flop venha 9d8h8c. O vencedor desse pote será determinado pelo jogador que jogar da forma mais audaciosa no flop. Situações como essa ocorrem o tempo todo em Hold´Em.

Em contrapartida, na maioria dos jogos de Omaha você raramente joga mãos contra apenas um jogador no flop, normalmente existem três ou quatro: um jogador irá claramente ter uma mão melhor que os outros três, ou mais de um jogador terá uma mão sólida, e qualquer aposta de qualquer jogador não estará apta a ganhar o pote por blefe (porque ninguém tem nada).

Cada mão de Omaha tem muitas formas de acertar o flop. Doze cartas em três mãos não apenas duplica a chance de acertar um flop com três cartas, bem como existe a possibilidade de no Omaha HiLo o jogador “ganhar” fazendo a melhor mão e a pior.

Muito freqüentemente as mãos de Omaha se tornam fáceis de calcular as suas chances de ganhar todo ou parte do pote. O princípio variável se torna como você controla o tamanho do pote pelo tamanho da aposta. Na realidade, as situações que ocorrem são semelhantes aquela enfrentada com o QJ no Hold´Em como no exemplo acima, aonde você pode fazer um A-10 desistir aumentando significativamente (mesmo se o jogador não souber disso).

Jogar corretamente nessas situações separa os bons jogadores dos medianos, e uma quantia significante do lucro no Omaha vem nessas situações, mas elas são raras. A maioria das situações no Omaha você deve calcular os seus “outs” – contando o número de cartas que irão acertar a sua mão e transformar isso em porcentagem.

As situações raras e complicadas são muito importantes, mas as situações comuns são bastante simples. Omaha é normalmente um jogo fácil: jogue mãos antes do flop que podem acertar a melhor mão possível no flop e jogue mãos após o flop onde você está recebendo os odds corretos para acertar sua melhor mão (e novamente, manipule as apostas em seu favor o quanto puder).

Lidar com os aspectos complexos do jogo virá apenas após você entender a simplicidade do jogo. O problema é que a maioria dos jogadores de Omaha consegue complicar (desnecessariamente) os simples aspectos do jogo. Se você jogar QTJ4 e o flop vem K-J-4 você passará muito tempo pensando em quanto o jogo de Omaha pode ser complicado. Você deve jogar fora esses lixos antes do flop e o jogo se tornará muito mais simples.

Novamente, existem aspectos complicados no jogo, mas a maioria dos jogadores nunca chegam ao ponto de realmente ver as reais complexidades do jogo, pois eles se colocam em situações complicadas como: “Se eu jogar as chaves do meu carro no oceano, eu irei achá-las novamente?” É um problema incrivelmente difícil de se solucionar – exceto que a solução é simples, você não deve nunca jogar a chave do seu carro no oceano.

Mito: “As mãos iniciais de Omaha tem valor aproximado”

Esse é um dos mitos mais estúpidos de todos, especialmente quando é aplicado a jogos em condições reais. A raiz desse mito vem do fato que o jogo contra apenas um oponente no Omaha raramente tem uma mão dominando a outra como acontece no Texas no caso de um AA contra um A7.

O fenômeno do jogo contra uma pessoa diz que você deve sempre defender o seu big blind contra um aumento simples quando você tiver qualquer tipo de mão razoável. Você estará ganhando a equidade correta no pote então. Esse conceito de heads up foi transmutado para o bizarro mito que as mãos inicias de Omaha tem valor aproximado. Isso é completamente sem noção. Os leitores podem fazer simulações, observar jogos ou fazer qualquer estudo que eles queiram para “provar” isso, mas A23K é muito melhor que J965. Ele irá vencer mais vezes, ganhará o pote mais freqüentemente, será mais “apostável” e ganhará grandes potes pois ele pode fazer a melhor mão possível mais freqüentemente, entre outros fatores.

A maioria das mãos em Omaha são como J965 – lixo. As melhores mãos de Omaha estão acima desse lixo. Elas vencem mais, empatam mais, são mais apostáveis e fazem menos “segundo melhor” perdedor. Em Hold´em, AA está acima das outras mãos. KK, QQ e AK não estão no mesmo nível de AA, entretanto elas estão num nível muito bom. No Omaha não temos uma mão equivalente a AA, mas existe um grande número de mãos equivalentes a KK, QQ e AK e também existem muitas mãos equivalentes a AQ, JJ, TT e AJ. Então nós temos um grande espaço, pois no Omaha não temos mãos equivalentes a KJ e 99. Existem as mãos excelentes em Omaha, as boas, algumas poucas especulativas e então existe muito lixo que são muito inferiores as outras.

O mito é estúpido por si só, mas isso me remete a outro mito que leva a uma (eu sou muito agradecido) jogada desastrosa de muitos e muitos jogadores – eles não aumentam antes do flop.

Não perca a próxima parte desse artigo contendo mais dicas para Omaha.