All In No Turn E No River

Por Equipe CDP25/06/2007

Harrington on Hold’em – Volume 1
Dan Harrington

Entre os bons jogadores é raro a ocorrência de movimentos de “all in” antes de eles ficarem relativamente com poucas fichas. A razão é muito simples. Quando se dá “all in”, você está colocando toda a sua vida no torneio em risco. Os bons jogadores não gostam de fazer isso. Eles confiam em suas habilidades em manter se longe dessas disputas e de acumular fichas de seus oponentes. O tempo está a favor deles.

Um certo segmento de novos e fracos jogadores, entretanto gostam de colocar todas as suas fichas no pote. Esses jogadores vêem o no limit hold’em como um jogo de grandes blefes e grandes movimentos bruscos, e esperam uma mão boa para apostarem todas as suas fichas. No primeiro dia de um evento principal de um grande torneio, uma parte significativa dos jogadores irá jogar dessa maneira e quando alguns desses jogadores “patos” estão sentados na mesma mesa preste atenção. Não apenas vários jogadores serão eliminados, mas o que por ventura sobreviver a essas “guerras” ficará com uma quantidade enorme de fichas. Esses líderes “fantasmas” entretanto geralmente não se sustentam e não vão muito longe nos torneios. Nos últimos 20 anos, o líder em fichas do dia de abertura do WSOP (World Series of Poker) nunca venceu o torneio.

Compare os méritos de uma aposta “all in” com os méritos de apostar apenas o tamanho do pote. Se você tiver uma mão forte e seu oponente uma mão fraca, ambas as jogadas irá tirá-lo da disputa e você levará o pote. Se você tiver uma mão forte e seu oponente uma mão pior ainda, mas uma mão que ele queria continuar jogando, uma aposta do tamanho do pote tende a tirar mais dinheiro extra de seu oponente do que um “all in”. E se você tiver uma mão boa e seu oponente tiver uma mão monstruosa (muito boa), uma aposta do tamanho do pote o dará ao menos uma chance de reconsiderar e desistir do pote ao invés de perder todas as suas fichas.

Tendo dito tudo isso, há algumas poucas circunstâncias onde eu daria “all in”.
Geralmente as três condições abaixo devem estar ocorrendo:

1) Eu tenho poucas fichas, mas ainda não estou desesperado.

2) Eu tenho uma mão razoável, mas não muito boa, mas que pode ser a melhor até o momento. Um exemplo típico poderia ser:

Eu tenho: Q Te no bordo temos: T 9 3 2 (sem quedas óbvias para flush)

3) Eu não esteja querendo muita ação da mesa. Eu fico satisfeito apenas levando o pote.

Nessas circunstâncias, dar um “all in” não é uma má jogada.