Doze Provérbios Sobre Blefes – Parte 1

Por Renzo Margotto

Em seu livro “The Book of Bluffs”, o jogador profissional de poker, escritor e colunista da Card Player Matt Lessinger inicia a obra com explicações gerais sobre as teorias que envolvem a arte de blefar. Numa análise bem interessante, Lessinger nos apresenta os doze provérbios sobre blefes. Vamos ver o que ele fala para depois fazermos algumas considerações.

Os Doze Provérbios Sobre Blefes

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Existem apenas duas maneiras de vencer um pote: mostrando a melhor mão ou blefando com a pior.

Se você nunca blefar, estará jogando fora metade do seu potencial de vencer potes. Sim, você pode vencer em certos tipos de jogos apenas fazendo o tempo passar, mostrando a melhor mão sempre que possível e tentar sair logo da mão quando perceber que está batido. Mas é besteira pensar que você nunca irá blefar.

Em vários tipos de jogos, falhar na hora de blefar pode ser crucial para diferençar um jogador vencedor de um perdedor. Esses jogos incluem (sem haver limitações a esses exemplos) torneios multi-table, jogos muito tight, jogos com 6 ou menos oponentes e jogos em que seus oponentes dão muito crédito às suas apostas.

Blefar é essencial em limites mais altos. Se você ainda é um jogador de limites baixos e está buscando subir de nível, deve buscar aprimorar essa forma de vencer mãos. Mesmo nos limites baixos você enfrentará oponentes que conhecem a importância de um blefe e, caso você falhe ao tentar entender a importância do blefe, estará em nítida desvantagem quando enfrentar esses jogadores. Seria como entrar numa batalha real com uma arma de água.”

O provérbio, como qualquer provérbio, nos mostra um cenário de fácil compreensão: ou temos a melhor mão ou blefamos para ganhar. Porém, compreender como o jogo funciona nos dará os melhores subsídios para aplicar o blefe com maior eficiência. Conhecer o oponente, como mostrei no artigo anterior, já é um grande passo nesse sentido.

O passo seguinte é dominar os conceitos de showdown value e ranges. Basicamente, você precisará ter a habilidade de colocar o seu oponente numa gama inicial de mãos e ir restringindo essa gama de mãos na medida em que o jogo vai correndo. Quando chegamos num momento de decisão na mão, precisamos saber se o nosso jogo, ou a nossa própria gama de mãos, possui algum valor para ser confrontado com a mão/gama de mãos do nosso oponente.

Caso cheguemos à conclusão que a nossa mão tem “poder” para encarar a mão do nosso oponente, devemos buscar o showdown.

Se a nossa mão provavelmente não bate a gama de mãos do nosso oponente, nós devemos fazer uma análise das prováveis mãos que ele pode ter e quais delas foldariam para uma eventual aposta para definirmos se vale a pena blefar.

Posteriormente, tentaremos exemplificar a situação de maneira prática para que todos possam entender. Até a próxima!