O que “quebrar” no início da carreira ensinou a João Simão; entenda

João Simão é embaixador do partypoker e participou nessa quinta-feira (29) da transmissão ao vivo no canal brasileiro do site, comentando o Community Poker Knockout. Em meio ao papo com Marcos Sketch e Will Arruda, o craque mineiro relembrou o início da carreira, no qual admitiu seguir um controle de bankroll bem longe do recomendado.

“A galera gosta de contar que nunca quebrou, começou nos freerolls e tal, mas eu não, quebrei umas 500 vezes”, disse Simão. “Fui spew até o máximo”. Sketch aproveitou o gancho e perguntou se essa trajetória ajudou na carreira do jogador, o que Simão concordou. “Aqui no Brasil a gente tem meio bloqueio de contar as histórias, falar que quebrou, fracassou. Muitos amigos meus gringos falam o contrário, é ganho de experiência”.

É claro que Simão não defende um uso irresponsável de bankroll. O mineiro fez questão de destacar que essa foi sua trajetória, mas que a experiência pode ser obtida de formas menos intensas e arriscadas. Além disso, explicou que, aos 20 e poucos anos, estava em uma fase da vida na qual tinha espaço para arriscar, o que não é o caso para muitos. Considerando isso, o profissional vê que o início sofrido foi fundamental na carreira.

“Acho que cheguei onde cheguei muito por essa ousadia também”, contou. “Se eu tivesse sido um cara muito conservador, vendo muito fantasma nas coisas… Tenho certeza que tem cara que joga torneio de US$ 20 que é melhor que o que joga US$ 50, que é melhor que o que joga de US$ 100. Muito do processo de chegar no topo não é exclusivamente ser bom ou não. Também não é ser spew demais, então acho que um equilíbrio disso. O que é spew demais está sempre colocando tudo a perder e não vai chegar, existe um processo e aí há um equilíbrio entre saber correr riscos e não se expor 100%”.

Will Arruda corroborou a opinião de Simão, destacando que um pouco de ousadia é necessário. “É difícil você pegar um cara disciplinadinho desde o começo, ultradisciplinado, nunca deu um tiro fora do ABI, chegar no topo”, disse o sócio-instrutor do 4bet Team, ao que Simão fez uma ressalva: “Tem que tomar muito cuidado ao falar sobre isso para não incentivar a galera a ficar maluca, né?”

Sketch reforçou o ponto de que a experiência do mineiro não é aplicável à maioria e que o caminho mais sustentável ainda é ter um bom controle de bankroll. “Não é porque foi bom no caso do Simão, que ele acha que aprendeu com isso, que é o melhor caminho para você”. Para o mineiro, a questão é extremamente pessoal. “Se tudo desse errado, eu voltava a estudar engenharia e tentava a vida de engenheiro”, relembrou. “Também tem muito a ver com a questão financeira, quanto mais duro eu era, mais estava disposto a correr riscos.”

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