Por Equipe CDP – 19/02/2008
Fazer uma aposta grande préflop do botão pode ser tentador contra um jogador do estilo pagador de plantão. Entretanto se o oponente estiver disposto a dar fold em algumas mãos caso o seu raise seja grande o suficiente, então não deve haver contenções. Um oponente que joga solto comete um grave erro dando call com lixo nas mãos fora de posição e o botão deve apreciar a chance de jogar de vez em quando contra mãos ruins. Há valor para se roubar blinds, mas o pagador de plantão não irá abrir mão dos blinds o suficiente para fazer valer raises especulativos que valem à pena. A meta mais uma vez é dar um raise apenas grande o suficiente para o oponente pagar com lixo nas mãos. Ao invés de um raise-padrão do tamanho do pote com as mãos que são jogáveis, mudar para uma estratégia de dar call com mãos ruins e entrar com um grande raise com grandes mãos pode ser um plano alternativo viável. Um jogador muito loose que também é de alguma forma agressivo, começará a pagar entrando de call, porém contra um inimigo manso essa é provavelmente a melhor coisa a ser feita em termos de ação préflop.
Fora de posição, a frente de um jogador solto que acabou de entrar no pote e irá pagar qualquer tamanho de reraise, definitivamente não se deve limitar seus reraises. Muitos jogadores incorporam reraises maiores do que o tamanho do pote quando estão fora de posição como uma tática padrão, mas se tem mais valor quando se faz isso apenas com mãos boas e contra jogadores fracos.
Um reraise padrão quase sempre inclui mãos com potencial de semiblefes como conectadas do mesmo naipe. Essa combinação de mãos com potencial de reraise ganha valor, pois às vezes o oponente irá dar fold em face de um reraise. Nós podemos considerar isso como o potencial de blefe do reraise. Contra um desses pagadores de plantão, entretanto, um reraise perde esse potencial de blefe. Já que o adversário nunca desiste préflop e raramente dá fold no flop, esse blefe de reraise préflop é melhor que seja eliminado e é melhor priorizar apenas os reraises com mais valor em potencial. Entretanto, na medida em que esses reraises são puramente para se dar valores à mão, a aposta apropriada envolve a ampliação do tamanho do reraise até o ponto onde o oponente esteja disposto a dar fold.
Contra um oponente que dá fold frequentemente frente à reraises, aplica-se exatamente o oposto. Agora o reraise blefe ganha valor significativo e a sua meta deve ser achar o menor tamanho possível da aposta que seja o suficiente para um adversário tight desistir de sua mão. Um reraise menor torna-se atrativo.
Como exemplo de alguns desses conceitos na prática, descreveremos uma recente disputa de mano a mano. Eu estava jogando contra um jogador extremamente tight, tão tight que ele estava dando fold em mais ou menos dois terços de suas mãos no botão, e aproximadamente em 70% de suas mãos no big blind. Entretanto, quando ele escolhia jogar do big blind, ele dava reraise. Uma vez que ele aumentava a aposta, ele dava call em todos os reraises préflop do botão.
Obviamente do big blind, contra um oponente tão tight que estava pagando todos os reraises, a resposta apropriada seria jogar extremamente tight, e resistir à tentação do reraise com mãos com potencial de semiblefes.
Lembre-se que o small blind é o lugar primário para se ajustar o tamanho da aposta.
É fácil para um jogador de heads up jogar automaticamente uma vez desenvolvido um estilo vencedor. Entretanto, contra certos tipos de adversários, é melhor repensar alguns pressupostos, especialmente esses que envolvem tamanho de apostas.
